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segunda-feira, 25 de outubro de 2004


Quatro historinhas da alegria
E um final feliz
Alegria, alegria.
Alegria, alegria. Foi o que o DJ gritou, bem na hora que ele se aproximou para dançar comigo. Sim, ele era encrenca, das boas. Das boas? Alegria, alegria. Mais um copo de champanhe pra mim, mais outro de whisky pra ele. Alegria, alegria. Das boas deve ser uma com esse homem. Encrenca. Alegria, alegria. Eu estava assim, ele também. Que se dane o resto. O DJ, que comandava a festa, tinha mandado. Eu sabia o que estava fazendo, ele também: estávamos fazendo uma coisa errada. Alegria, alegria. Que tontura boa, vou me agarrar nele. Mas é só pra n?o cair, que desculpa boa. Boa? Eu estava me sentindo assim. Alegria, alegria.
Alegria, alegria?
Várias primeiras vezes para mim. A primeira vez que liguei para reservar um restaurante. A primeira vez que fui a um restaurante japon?s. A primeira vez com pauzinhos (aqueles) e peixes morbidos num molhinho doce. Gostei dos enroladinhos de arroz. Gostei do saqu?. Gostei da luz, dos olhos dele. Gostei que estava me encantando, gostei de n?o poder me encantar e mesmo assim estar me encantando. Alegria, alegria. Eu n?o pensava em mais nada. Qual foi a última vez que alguém pediu minha m?o antes de simplesmente enfiar a própria dentro da minha blusa? Fazia tanto tempo que aquele beijo me pareceu o primeiro também, depois de muito tempo. Meu Deus, eu n?o podia gostar dele. Alegria, alegria?
Nada de alegria, alegria.
Alegria, alegria. Foi o que ele me pediu, quase me chamando a atenç?o, dá penúltima vez que foi embora com pressa.
Apesar de todo esforço, meu poder era uma ilus?o. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo. Apesar de toda aquela loucura, eu precisava da porra do romance e da porra do tempo calado para sentir prazer.
Daí vinha a sensaç?o de que sem amor eu era apenas usada. Porque sem poder nenhum depois do horário da recomposiç?o, sem tempo de sobra para relaxar o cérebro maluco e sem sonhos para o futuro, eu n?o ia muito além do tes?o superficial. Em respeito a quem tá com preguiça de entender o que eu estou querendo dizer, vamos direto ao assunto: mesmo ele sendo lindo, gostoso, carinhoso, eu n?o gozava. Nada de alegria, alegria. Ele fecha a porta e volta para sua vida real. Para os dois, porque ele n?o era egoísta: tristeza, tristeza.
Alegria, alegria
Alegria, alegria. Eu me implorava. E dá para sentir isso o tempo todo? Eu me cobrava tanto ser feliz que ?s vezes perdia a noç?o de que já era. Fugir da felicidade ou fugir com ela?
Num ímpeto de tes?o, ou talvez após um trabalho de consci?ncia confusa que, por preguiça, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail dele: sim, senhor. Vamos para onde o senhor quiser, a hora que desejar e na posiç?o que preferir.
Nem todas as histórias precisam ter virgens pálidas chorando ?s margens de um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Sim, eu tossi. Mas foi porque engasguei com outra espuma. Espuma de banheira, com teto solar. Ele, batatas fritas e queijo quente. Pratos prediletos. Alegria, alegria, muita alegria. Dedos enrugados, água no ouvido, m?o no coraç?o. Numa mistura de nojo da água com prazer da água. Numa mistura de romance com sacanagem. Numa mistura de piadas e breves assuntos sérios. Sim, estou fazendo poesia, mas n?o é para rimar e nem chorar. Gozar? Nem vou dizer quantas vezes. Alegria, alegria.
Minhas conclus?es pessoais, mas voc? pode ter as suas:
Alegria 3x1 Tristeza. Alegria sempre vence no final. Tristeza promete revanche. Quem disse que mulher n?o gosta de jogo? Em time que tá ganhando, n?o se mexe. A felicidade, assim como a bebedeira, vai e vem. A felicidade, assim como o sexo, entra e sai. A felicidade, assim como ele, era impossível. Mas n?o é pra tentar ser feliz que a gente vive?


 Posted by Hello

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