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terça-feira, 21 de dezembro de 2004


Contraditória em tudo, é isso que sou

N?o quero o meio-termo: s?o os extremos que me fascinam
Quero tudo, ao mesmo tempo, agora.
- Estabilidade no emprego e novas oportunidades o tempo todo
- Sexo selvagem e sexo com muito carinho
- Morar em PoA e em Salvador, e n?o morar em nenhuma delas
- Cercar-me dos meus amigos e estar no sossego do meu lar
- Terminar o faculdade, mas ser estudante eternamente
- Feminista com perfil de Amélia
- Que tudo seja do meu jeito, e que os outros me ajudem a tomar qualquer decis?o
...

"...O meu mundo n?o é como o dos outros; quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que n?o se sente bem onde está, que tem saudades...sei lá de qu?!"
- Florbela Espanca -

Percebi que minha vida mudara.

Percebi que a minha vida antiga já n?o existia mais. Me deu uma angústia no coraç?o. Caí na real que a minha vida antiga simplesmente n?o existia mais. A nostalgia tomou conta de mim por alguns instantes. Só queria poder voltar no tempo pra ter de volta a segurança e a alegria de tempos passados. Mas isso n?o é possível n?o é verdade?

Decidi ent?o seguir em frente. Encarar essa minha nova vida.
Uma aprendizagem

N?o temos amado, acima de todas as coisas. N?o temos aceito o que n?o se entende porque n?o queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e segurança por n?o nos termos uns aos outros. N?o temos nenhuma alegria que já n?o tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas. N?o nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.

Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associaç?es e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvaç?o para n?o nos envergonharmos de ser inocentes. N?o temos usado a palavra amor para n?o termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por n?o saber como é a outra coisa.

Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que a nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado gafe. N?o temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. N?o temos sido puros e ing?nuos para n?o rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos n?o fui tolo" e assim n?o ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que n?o sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.

"Uma Aprendizagem Ou o Livro dos Prazeres", Clarice Lispector  Posted by Hello

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