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segunda-feira, 27 de setembro de 2004


Para n?o sentir dor

Anestésicos para os males de uma paix?o




Para n?o sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenç?es. Vou encher minha cara de máscaras para n?o ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente.

N?o vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coraç?o para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar.

Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de n?o ser nada daquilo que voc? me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solid?o. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.

E por que vendo tanto meu corpo e t?o pouco minha alma? Porque quero ver voc? comprando o que realmente quer e n?o enganando querer para levar a promoç?o.


Cansei das promessas de compra e das devoluç?es gastas do meu corpo. Cansei de expor minha alma se no fim tudo acaba mesmo. Ent?o tá aqui ó: peitinhos, coxas, barriga e o buraco que voc? tanto quer.



Leve de uma vez e me engane por alguns dias. Voc? é igual a todos os outros e todos os outros s?o: lixo. O amor n?o existe, e, se existe, n?o dura pra sempre. E, se n?o dura pra sempre, n?o é amor. E nada dura pra sempre. E ent?o o amor n?o existe.

Estou amarga com simplicidade, e isso é relaxante já que vivo cheia de complicaç?es. A amargura é muito mais simples que a esperança. Estou triste do tamanho do buraco sem vida que voc? deixou em mim, uma concavidade sonhadora que ainda pulsa um desejo que ao mesmo tempo enoja.


Ainda sinto voc? aqui dentro e toda a energia boa de vida que esta lembrança poderia gerar em mim, mas essa energia sem escape, sem válvula, sem história, essa energia inocentemente transformada em ódio, só carrega ondas que me corroem por dentro.


Mas para n?o sentir dor eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto voc? é descartável. O quanto sua molecagem n?o permitiu nenhuma admiraç?o de minha parte.



Para n?o sofrer n?o vou permitir minha cabeça no travesseiro antes do cansaço profundo e sem cérebro. N?o vou permitir admirar coisas da natureza porque talvez eu me lembre de voc? ao ver algo bonito.



N?o vou permitir sil?ncios porque é aí que o meu fundo transborda e a tristeza pode me tomar sem saída. Eu vou continuar deixando a minha cabeça me martelar porque toda essa confus?o é ainda menos assustadora do que a calmaria da verdade.


A verdade é a frieza do mundo, é a podrid?o dos desejos, s?o as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde voc? será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que n?o estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa ess?ncia, todas essas marcas s?o vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que n?o dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e n?o saindo do mesmo lugar.  Posted by Hello

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